Resenha: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa

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Publicado, pela primeira vez em 1950, este livro conta a história dos quatro irmãos Pevensie que, devido aos ataques aéreos à cidade de Londres durante a Segunda Guerra Mundial, vão viver no campo, em uma casa que pertence ao prof. Kirke, o Digory de O Sobrinho do Mago.

As crianças são: Pedro, de treze ou quatorze anos; Susana, de doze ou treze anos; Edmundo, de dez ou onze anos; e Lúcia, de oito ou nove anos.

Explorando a casa, Lúcia entra em um guarda-roupa e acaba por ser transportada a Nárnia, onde ela conhece um fauno chamado Sr. Tumnus. Nessa viagem, Lúcia descobre que há cem anos é inverno naquele mundo devido a um encanto feito pela Feiticeira Branca, que se proclama rainha de Nárnia.

Depois, ela retorna para casa e descobre que tempo algum se passara no seu mundo desde que entrara no guarda-roupa, ainda que em Nárnia tivessem se passado várias horas. Ela conta aos irmãos sua aventura, mas eles não acreditam.

Quando eles estão brincando de esconde-esconde dentro da casa, Lúcia entra novamente no guarda-roupa e Edmundo a segue, a fim de caçoar dela, mas eles se perdem um do outro e o menino acaba por se encontrar com a Feiticeira Branca, que lhe oferece doces e pede que trouxesse a ela seus irmãos, prometendo transformá-lo em príncipe de Nárnia.

Ele e Lúcia se encontram ainda em Nárnia, após Edmundo se despedir da Feiticeira, e ela fica empolgada com o fato de que, agora, o irmão poderia confirmar a sua história. Mas, ao retornarem par ao seu mundo, Edmundo nega que esteve em Nárnia.

Ainda depois, tentando sair do caminho da governanta da casa, que a mostrava para turistas interessados no aspecto histórico da construção, os quatro entram o guarda-roupa novamente e são enviados para Nárnia. Eles descobrem, então, que havia uma profecia que dizia que dois filhos de Adão e duas filhas de Eva seriam responsáveis pela queda da Feiticeira Branca e o fim do inverno em Nárnia, sendo, depois, coroados reis e rainhas de Nárnia.

Edmundo, entretanto, foge e vai ter com a Feiticeira Branca. Isso obriga os irmãos, antes relutantes em se envolver na guerra contra a Feiticeira, a ficarem para tentar resgatá-lo. Elas decidem se encontrar com Aslam, o verdadeiro senhor de Nárnia que acabara de retornar para a sua terra.

Esse livro faz, como O Sobrinho do Mago, referências bíblicas. O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa reconta de modo um tanto criativo a história da morte e ressurreição do Cristo. Ainda assim, é uma história extremamente cativante, que ressalta os valores da coragem, da nobreza de coração e da amizade.

Minha Resenha em Vídeo

Resenha: Extraordinário

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Hoje eu vou falar um pouquinho sobre o livro “Extraordinário”, da autora R. J. Palacio.

Trata-se da história de August (Auggie) Pullman, de onze anos de idade, cujo maior desejo é ser tratado como aquilo que ele realmente é: um menino comum. Entretanto, ele nascera com uma grande deformação em seu rosto, que, em seus primeiros anos de vida, haviam impedido até mesmo de comer.

Conhecemos Auggie quando, após onze anos de vida e vinte e sete cirurgias, os pais dele finalmente acreditam que está na hora do garoto frequentar a escola, ainda que ele próprio não tenha tanta certeza disso. Mesmo depois de todo o esforço médico, o rosto de Auggie continua lhe rendendo apelidos como Freddy Krueger e alien.

Mesmo assim, corajoso, ele resolve arriscar e é matriculado na quinta série do colégio Beecher Prep. Lá, Auggie faz dois grandes amigos, Jack e Summer, mas a grande maioria dos seus colegas se sente desconfortável em relação à presença dele na escola e há um garoto chamado Julian que começa a perturbá-lo enviando bilhetes para Auggie e Jack.

O livro é dividido em oito partes, cada uma narrada por uma personagem diferente. Via (irmã dele), Summer, Jack, Justin (namorado da Via), Miranda (amiga de infância da Via) e três partes são narradas pelo Auggie. Cada um desses personagens tem um modo diferente de escrever e é muito interessante partir de um ponto de vista para o outro, pois muito do que um personagem não percebe, os outros podem perceber. Eu gostei bastante da estrutura do livro.

Esse é, sem dúvida, um dos livros mais interessantes que eu já li. Eu tenho muita convicção de que ele continuará sendo lido pelas próximas gerações, pois trata de uma temática que, provavelmente, ainda será atual em cem ou mesmo duzentos anos: o preconceito.

Resenha: Renascença

Renascença

“Renascença” começa passando a ideia de um excelente livro, com um enredo sensacional.

É contada a história de um jovem chamado Ezio Auditore, que vive na Florença do final do século XV. Ele é um rapaz despreocupado e com um futuro certo em frente quando, repentinamente, graças a uma reviravolta política, seu pai e seus dois irmãos são injustamente julgados culpados de traição e mortos em praça pública.

A Ezio cabe, então, arquitetar uma vingança contra os que assassinaram sua família e cuidar da mãe e da irmã. Para tanto, ele busca o auxílio do seu tio Mario, que mora numa cidade vizinha, e se junta à antiga Ordem dos Assassinos, a qual seu pai fizera parte.

Esse é um enredo interessante, mesclado ao ambiente renascentista e a presença ilustre de alguns personagens históricos, como Leonardo da Vinci, dá ao livro uma agradável expectativa.

Entretanto, com pouco mais de cinqüenta páginas, percebi que o autor, Oliver Bowden, ainda que excelente criador de histórias, não é tão bom contador.

Faltam sutilezas na narrativa. Primeiramente, ela é muito corrida, o autor nos faz esperar por detalhes que nunca aparecem, como partes do treinamento de Ezio, um pouco sobre o que se sucede entre Ezio e Rosa, um pouco mais sobre os personagens secundários. Enfim, o leitor passa grande parte do livro se sentindo jogado em ocasiões que não são explicadas muito adequadamente, cercado de personagens que ele não conhece muito bem.

Além disso, o tempo também é deixado de lado na narrativa. Deparamo-nos, repentinamente, sem saber ao certo quanto tempo se passou entre um pedaço do livro e o seguinte – que muitas vezes sequer estão em capítulos separados.

Por fim, a evolução da personagem principal é fracamente descrita. Há um enfoque no quanto Ezio se transforma no começo e, depois, ao seu treinamento e evolução como Assassino, mas repentinamente ele congela e, no final, ele parece ser uma pessoa completamente mudada inesperadamente.

Enfim, um enredo fabuloso, mas com uma das piores narrativas que já li em toda a minha vida.

Resenha: O Hobbit

Para além das montanhas nebulosas, frias,/Adentrando cavernas, calabouços cravados,/Devemos partir antes de o sol surgir,/Em busca do pálido ouro encantado. (p. 13)

Esses versos, cantados pelos anões logo nas primeiras páginas do livro, resumem muito bem o enredo de O Hobbit, do famoso escritor inglês J. R. R. Tolkien.

Encontramo-nos, aqui, pela primeira vez com o Sr. Bilbo Bolseiro, um hobbit de excelente reputação que possuía uma vida pacata e jamais pensara em sair em uma aventura, pois essa não era uma atitude respeitável.  O que é um hobbit?, vocês se perguntam. Os hobbits são

um povo pequeno(…). Os hobbits não têm barba. Não possuem nenhum ou quase nenhum poder mágico, com exceção do tipo corriqueiro de mágica que os ajuda a desaparecer silenciosa e rapidamente (…). Eles tem a tendência a serem gordos no abdome; vestem-se com cores vivas (principalmente verde e amarelo), não usam sapatos, porque seus pés já tem uma sola natural semelhante ao couro, e também pêlos espessos e castanhos parecidos com os cabelos da cabeça (que são encaracolados; tem dedos morenos, longos e ágeis, rostos amigáveis, e dão gargalhadas profundas e deliciosas (…).(p. 2)

A vida do Sr. Bolseiro muda radicalmente quando ele se encontra com o mago Gandalf na frente de sua toca, n’A Colina, e o chama para tomar um chá na tarde do dia seguinte. O mago não apenas comparece, mas trás consigo treze anões: Dwalin, Balin, Kili, Fili, Dori, Nori, Ori, Oin, Gloin, Bifur, Bofur, Bombur e Thorin.

Muita conversa, música e comilança se passam enquanto o respeitável hobbit observa estupefato. Então, finalmente, Thorin explica ao Sr. Bolseiro que seu avô, Thror, fora chamado de Rei sob a Montanha e possuía grande riqueza e estima entre anões e homens. Mas um dragão especialmente ganancioso chamado Smaug, atraído pela famosa fortuna, saqueou os salões de Thror e matou todos que se encontravam dentro.

Por sugestão de Gandalf, os anões estavam contratando o hobbit como ladrão para ajudá-los a derrotar Smaug e resgatar seu ouro, em troca da décima quarta parte do tesouro.

Apesar de ser um respeitável hobbit muitíssimo respeitável, Bilbo Bolseiro se vê atraído pela ideia da aventura e parte junto aos anões e ao mago.

Meu sentimento, ao ler esse livro, é o sentimento que eu tenho ao assistir uma das animações da Disney ou ao ler um clássico conto de fadas infantil. Ele é mágico, belo, sincero e musical! E essa semelhança não é acidental, pois o que Tolkien procurou criar, ao escrever O Hobbit, foi um conto escrito diretamente para o publico infantil.

Como tudo que o autor escreve, este livro possui um ambiente quase palpável. Ainda que o Tolkien não seja tão descritivo quanto em suas outras obras, ler O Hobbit envolve sentir a magia do mundo criado pelo autor fluir através das palavras.

É lindo e mágico.

Segue o trailer do primeiro filme do que será a  trilogia d’O Hobbit, que estreará no dia 14 de dezembro. Ele será dirigido pelo Peter Jackson, que já adaptou brilhantemente a trilogia O Senhor dos Anéis, do mesmo autor.

Resenha: As Vantagens de ser Invisível

Vou falar sobre o livro As Vantagens de ser Invisível, de Stephen Chbosky, que é algo que venho tentando fazer incansavelmente nos últimos dias – desde que o li pela primeira vez –, sem sucesso. Não fosse o fato que mais de uma pessoa me pediu que o resenhasse e também que eu realmente precisasse falar sobre ele, deixaria de lado e resenharia The Mark of Athena, como havia prometido.

Então, a obra conta a história de Charlie. Ou seria melhor dizer que, nessa obra, Charlie nos conta a sua própria história? O livro é, na realidade, um apanhado de cartas escritas do protagonista para um amigo, alguém a quem disseram para ele escrever, o próprio leitor.

Estou escrevendo porque ela disse que você me ouviria e entenderia, e não tentou dormir com aquela pessoa naquela festa, embora pudesse ter feito isso. Por favor, não tente descobrir quem ela é, porque você poderá descobrir quem eu sou. Chamarei as pessoas por nomes diferentes ou darei um nome qualquer porque não quero que descubram quem eu sou. (p. 12)
 

Você não sabe exatamente quem o Charlie é, apenas conhece o que nos conta em suas cartas. Às vezes, parece ser o bastante, porque ele é um excelente observador, mas, outras vezes, é angustiante, porque ele costuma evitar tocar em determinados assuntos, fugindo repentinamente deles. Eu afirmo que isso não é ao acaso.

Por trás desse garoto de quinze anos absolutamente normal, Charlie é uma pessoa muito especial, um rapaz observador, inteligente e puro, mas também visivelmente ansioso e resguardado. Por quê? Essa é a questão que nos persegue ao longo da leitura.

Farei apenas um pequeno resumo do contexto em que conhecemos Charlie.

Encontramo-nos com ele pela primeira vez em um momento de intensa ansiedade, porque no dia seguinte ele começaria o Ensino Médio e, após o suicídio de seu melhor amigo, Charlie não conhecia mais ninguém.

Após algumas semanas solitárias, ele acaba por conhecer Patrick e sua irmã postiça, Sam, veteranos na sua escola. Eles o introduzem a um seleto grupo de amigos e fazem de tudo para que ele se sinta incluído, apesar de todos serem mais velhos.

Eu estava sentado no porão, na minha primeira festa de verdade, entre Sam e Patrick, e lembro que Sam me apresentou como amigo a Bob. E lembro que Patrick fez a mesma coisa com o Brad. E comecei a chorar. E ninguém naquele porão me achava estranho por estar fazendo isso. E depois eu comecei a chorar pra valer.
Bob ergueu seu drinque e pediu a todos que fizessem o mesmo.
“A Charlie”
E todo o grupo disse: “A Charlie.” (p. 48)
 

Se você gosta de mistério e tem alguma sensibilidade, vai amar esse livro. Ele é como uma aventura do Sherlock Holmes, entretanto, as pistas não estão nos outros, mas dentro da cabeça de Charlie, em seu inconsciente. É um desbravamento da mente do protagonista em busca de algo que ele reluta se lembrar.

Além disso, observamos o mundo através dos olhos atentos, mas incrivelmente puros de Charlie e, então, de modo repentino, lembramo-nos nossa infância e da forma como algumas questões nos intrigavam no começo de nossa adolescência.

Stephen Chbosky é escritor, roteirista e diretor, e foi o responsável pela adaptação do livro para o cinema. Isso, com certeza, faz com que o filme seja algo especial e complementar ao livro, pois mostra um pouco além do que Charlie nos dizia no livro. É uma excelente adaptação.

Então, esta é a minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim. (p. 12)
 

E é dessa forma como nos sentimos, um misto de felicidade e tristeza por Charlie, por sua história e por nós mesmos e tudo que foi deixado para trás. É um livro para deixar qualquer um à beira das lágrimas.

Segue o trailer do filme:

Especial: As Minhas Dez Séries Favoritas [Parte II]

Finalizando a lista das minhas dez séries favoritas. Confesso, foi difícil definir a ordem certa dos livros para a segunda, a terceira e a quarta posições, ainda não estou muito certa porque gosto muito mesmo dessas séries.

5. Boudica, Manda Scott

Este é um dos muitos livros que encontrei nas minhas horas vagas atrás das estantes das livrarias. Boudica me chamou a atenção por causa do título. Todos que bem me conhecem sabem que sou fissurada pelos povos celtas e Boudica acaba por ser a minha personagem histórica favorita de todos os tempos.

Enfim, eu comprei o primeiro volume de Boudica após um pequeno passeio pelas prateleiras da Leitura do BH Shopping. Eu não podia comprar um livro tão caro, mas comprei mesmo assim e não me arrependi: poucos dias depois, já estava comprando o segundo e o terceiro volume. O quarto ainda não foi lançado no Brasil e estou esperando ansiosamente.

Muito bem, Boudica conta a história da jovem Breaca, princesa herdeira da tribo iceni, e Bán, seu meio-irmão. A primeira queria ser uma vidente iniciada nos mistérios e o segundo quer se tornar um grande guerreiro. Entretanto, de certa forma, os papéis se invertem, Breaca é quem tem grande vocação para guerreira e Bán possui um poderoso dom espiritual.

Manda Scott faz uma ficção histórica semelhante à de Christian Jacq em um aspecto: não há preocupação muito grande com datas e fatos, ainda que a autora pareça narrar com muita precisão os costumes celtas. Uma coisa que adoro ressaltar é que essa autora é, também, veterinária. O espaço que ela dá aos animais nessa série é praticamente inédito a meu ver, adoro a descrição que ela faz sobre eles e o tratamento que os humanos dispensam a eles!

Além do mais, Breaca e Bán são personagens maravilhosos e apaixonantes.

O livro conta com quatro volumes:

1.      Águia
2.      Touro
3.      Cão
4.      Lança-Serpente

 

4. A Espada da Verdade, Terry Goodkind

Essa foi, sem dúvida, a série mais difícil de colocar em alguma posição. Se não fosse o grande amor que sinto pelas três que estão na frente desta, acho que ela teria ficado talvez em segundo ou terceiro lugar.

Optei pela quarta colocação por uma razão muito simples: eu li apenas cinco dos treze livros que compõe a série. Nos oito livros restantes, muita coisa pode mudar.

Muito bem, primeira coisa que eu quero dizer sobre A Espada da Verdade. Esta é uma série que tentaram publicar no Brasil, mas não houve muitas vendas, portanto, só há um livro em português, A Primeira Regra do Mago. Eu li os livros em ebooks que estão sendo traduzidos por fãs, mas pretendo comprar todos em inglês quando tiver dinheiro.

Agora, falando a respeito da história em si. Tudo começa quando, certo dia, enquanto caminhava pela floresta, o guia Richard Cypher encontra uma jovem mulher sendo perseguida por quatro homens fortemente armados. O rapaz a ajuda e descobre que seu nome é Kahlan Amnel e que ela estava procurando alguém muito importante.

Juntos, eles seguem para a casa do melhor amigo de Richard, o velho Zedd, que ele afirma ser a única pessoa que provavelmente poderia ajudá-la. Ao chegar lá, entretanto, Richard tem muitas surpresas: ele descobre que, anteriormente, seu amigo Zedd fora um dos magos mais poderosos do mundo conhecido. Kahlan quer que o homem nomeie um Seeker of Truth [tradução: buscador da verdade], um herói cuja missão é buscar a verdade e fazê-la prevalecer.

Zedd acaba por nomear Richard um Seeker ao lhe entregar a Espada da Verdade. Juntos, os três partem para uma missão para destruir o tirano Darken Rahl e restaurar a paz.

Parece uma história simples, mas não é tanto assim. Richard é um dos personagens mais maravilhosos que tive o prazer de conhecer, minha adoração por ele beira a adoração que sinto por muitos personagens com quem eu cresci. Kahlan é… Kahlan. Não há ninguém como ela, se um dia eu estive próxima de me apaixonar por uma personagem de ficção, esta personagem é a Kahlan! E Zedd é ótimo: sarcástico, comelão e sábio. Ele é indiscutivelmente o mentor, um poderoso e sábio mentor. Isso fora as personagens que surgem nos livros seguintes.

É perfeita e passa lições lindas sobre praticamente tudo: amor, amizade, poder, ira, união, tirania; tudo! Eu sou apaixonada por essa série, de verdade, e ainda não entendo porque não fez sucesso aqui.

São treze livros:

1.      Debt of Bones
2.      Wizard’s First Rule [Primeira Regra do Mago]
3.      Stone of Tears
4.      Blood of the Fold
5.      Temple of the Winds
6.      Soul of the Fire
7.      Faith of the Fallen
8.      The Pillars of Creation
9.      Naked Empire
10.    Chainfire  
11.     Phantom
12.    Confessor
13.    The Omen Machine

3. Avalon, Marion Zimmer Bradley

Os livros mais famosos dessa série são As Brumas de Avalon, e foi por eles que eu conheci a Marion Zimmer Bradley e a série Avalon. Mas, sinceramente, se eu fosse eleger o melhor livro da série, nenhum dos quatro livros que compõe As Brumas de Avalon seria ele.

A apenas um personagem recorrente nessa série: a ilha de Avalon. Ela não aparece em todos os livros, mas é a história dela que a autora pretende contar nessa série. Sim, a mesmíssima ilha para onde, diz-se, o rei Artur teria ido repousar quando foi derrotado por Mordred.

Brumas de Avalon trata realmente da história do rei Artur, mas sob a ótica das mulheres que aparecem na lenda. Os outros livros, entretanto, sequer mencionam Artur e seus cavaleiros [à exceção de alguns pequenos trechos, A Senhora de Avalon].

A série conta também com alguns personagens recorrentes, mas eles surgem e ressurgem em reencarnações diversas e uma das grandes diversões dos fãs da série é descobrir quem é quem em cada um dos livros. Como algumas reencarnações são mencionadas, outras ainda podem ser deduzidas.

Tenho um carinho especial por essa série. Ela não trás temas de reflexão como a série Darkover, da qual eu já falei, mas tem é muito sensível a certos aspectos da cultura celta, pela qual eu tenho grande admiração.

São onze livros traduzidos para o português:

1.       A Queda de Atlântida: Teia de Luz
2.      A Queda de Atlântida: Teia de Trevas
3.      Os Ancestrais de Avalon
4.      Os Corvos de Avalon
5.      A Casa da Floresta
6.      A Senhora de Avalon
7.      A Sacerdotisa de Avalon
8.      As Brumas de Avalon: A Senhora da Magia
9.      As Brumas de Avalon: A Grande-Rainha
10.    As Brumas de Avalon: O Gamo-Rei
11.     As Brumas de Avalon: O Prisioneiro da Árvore

 

2. Percy Jackson e os Olimpianos, Rick Riordan

O engraçado sobre essa série é o fato de que eu a li muito relutante. Havia ouvido falar muito sobre ela por bastante tempo, mas sempre tive medo de ler: adaptações da mitologia grega à cultura popular sempre foram grandes decepções.

Mas o Rick tem grande domínio da mitologia grega e soube adaptá-la perfeitamente aos dias atuais. Além do mais, Percy Jackson é um excelente personagem principal e, o que falta nele, é encontrado em seus dois primeiros companheiros: Grover Underwood e Annabeth Chase.

Li O Ladrão de Raios um dia antes de ir ver o filme. Foi uma leitura rápida como eu não fazia desde Harry Potter. No começo, é confuso e não entendemos perfeitamente o que está acontecendo, porque o próprio personagem principal se sente assim, mas depois descobrimos: Percy não é uma pessoa comum, ele é filho do deus dos mares, Poseidon, e está sendo acusado de roubar o raio mestre de Zeus.

Em minha opinião, O Mar de Monstros, o segundo volume, é o mais fraco dos livros. Tyson, o novo companheiro de Percy e Annabeth, é ótimo, mas algo se perde. Por outro lado, a série ganha os pontos perdidos em O Mar de Monstros no terceiro volume, A Maldição do Titã, e, a partir daí, a série fica cada vez mais emocionante até atingir seu fim.

Qualquer apaixonado adulto que conheça crianças tem a obrigação indicar esta série. É engraçada, emocionante e muito instrutiva.

A série é composta por cinco volumes:

1.      O Ladrão de Raios
2.      O Mar de Monstros
3.      A Maldição do Titã
4.      A Batalha do Labirinto
5.      O Último Olimpiano

1. Harry Potter, J. K. Rowling

O não tão aguardado primeiro lugar. Óbvio, Harry Potter. O livro dispensa qualquer comentário, quem não leu até hoje está absurdamente desatualizado em termos de literatura.

Esta é, sem dúvida, a série de livros mais importante da atualidade. Não apenas é uma literatura de qualidade [o que pode ser até discutível], mas também porque são os primeiros livros publicados que realmente faziam as crianças largarem os videogames e a televisão para se debruçar sobre as páginas de um livro e mergulhar por horas.

Contra todas as expectativas da época [é sabido pelos fãs que J. K. Rowling foi rejeitada por várias editoras], Harry Potter é o livro de maior sucesso da atualidade.

Se você não leu, vai um pequeno resumo da história.

Harry Potter é um menino que vive oprimido pelos tios e pelo primo desde a morte de seus pais, quando ele tinha apenas um ano de idade. Repentinamente, em seu aniversário de onze anos, um gigante chamado Rúbeo Hagrid e lhe entrega uma carta convidando-o a ingressar Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Harry descobre, então, que é um bruxo e que seus pais, contrariamente ao que lhe fora dito pelos seus tios, haviam sido assassinados pelo mais poderoso bruxo das trevas do século XX, Lord Voldemort. O garoto havia sobrevivido ao ataque e aleijado, de alguma forma, o bruxo, que desaparecera; isso o tornara famoso entre os bruxos.

Isso é apenas um resumo dos primeiros capítulos do primeiro livro. Se você não a leu, leia. Tudo o que eu posso dizer a favor da série só faria obscurecer o verdadeiro valor que ela possui, portanto, fica só a dica.

1.      Harry Potter e a Pedra Filosofal
2.     Harry Potter e a Câmara Secreta
3.     Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban
4.     Harry Potter e o Cálice de Fogo
5.     Harry Potter e a Ordem da Fênix
6.     Harry Potter e o Enigma do Príncipe
7.     Harry Potter e as Relíquias da Morte

Terminado o post. Eu recomendo a leitura de todas as séries! Em breve, a resenha do The Mark of Athena.

Especial: As Minhas Dez Séries Favoritas [Parte I]

Eu venho fazendo resenhas dos livros que leio como modo de indicá-los – e, preparem-se, em breve teremos The Mark of Athena e The Casual Vacancy–, mas percebi que nunca falei das minhas séries favoritas. Para ser sincera, essa não é uma ideia original, mas eu gostaria de fazer. Portanto, este post tem em vista indicar as dez minhas séries favoritas.

10. A Mediadora, Meg Cabot

Falar dos meus livros favoritos sem falar de Meg Cabot é impossível. Apesar de ela escrever um gênero o qual eu aprecio muito pouco, os livros dela me encantam pela força das personagens principais.

Nós nos encontramos pela primeira vez com Suzannah Simon, a protagonista, no momento ela chega ao estado da Califórnia após uma longa viagem desde Nova York com o objetivo de ir morar com sua mãe, seu novo padrasto e os três filhos dele – não muito carinhosamente apelidados de Dunga, Soneca e Mestre.

Suzannah tenta não demonstrar seu desagrado acerca de todas aquelas mudanças e apreciar a nova casa e o novo quarto, mas é uma tarefa difícil quando há uma pessoa sentada no banco logo ao lado da janela observando-a com interesse. É um rapaz muito bonito, mas o que incomoda Suzannah é o fato dele estar morto.

Acontece que, apesar da aparência relativamente normal, Suzannah possui um dom: a capacidade de ver, se comunicar e tocar em fantasmas. Ela é uma Mediadora e, como tal, tem o dever de ajudar as almas atormentadas a seguir em frente, mas não está muito certa se isso é realmente uma coisa boa.

A história da série A Mediadora conta como Suzannah conhece e aprende a confiar em Jesse, o fantasma de um rapaz bonitão que mora em seu quarto. Bem humorada e sarcástica, ela me introduziu na primeira e única história de fantasmas que não só consegui terminar de ler, mas também amei.

Recomendo a todos, mesmo aos meninos.

A série conta com seis livros:

1.      A Terra das Sombras
2.      O Arcano Nove
3.      Reunião
4.      A Hora Mais Sombria
5.      Assombrado
6.      Crepúsculo

 

9. As Crônicas de Artur, Bernard Cornwell

Eu me lembro da primeira vez em que eu li esta série. Fiquei bastante confusa porque era um livro sobre o rei Artur, mas eu não vi sinal do próprio por um bom tempo.

A série, na verdade, conta a história de Derfel Cadarn, um saxão que foi adotado pelo mago Merlin quando era muito jovem e acaba por se tornar um dos grandes chefes guerreiros sob o comando de Artur. Sendo Derfel um amigo próximo de Artur, o saxão acaba por contar a história dele ao contar a sua.

Mas o mais esquisito é o fato de que o autor procura ver a lenda sob um viés mais histórico. No começo da série, ele procura explicar as magias de Merlin e dá ao Artur uma função mais provável diante do período em que ele viveu: a de um grande comandante. Isso se perde, mais para o final, infelizmente.

Essa é uma série maravilhosa, apesar do estranhamento inicial. Sempre recomendei e sempre vou recomendar. Ela é composta por três volumes:

1.      O Rei do Inverno
2.      O Inimigo de Deus
3.      Excalibur

8. Ramsés, Christian Jacq

Ainda que ambas sejam séries de ficção histórica, Ramsés é o extremo oposto das Crônicas de Artur em um aspecto: enquanto a segunda trabalha uma lenda tentando inseri-la num contexto histórico plausível, a primeira é uma história sobre um evento histórico completamente distorcido em um ambiente mais fantástico e mais romântico.

A série, como o próprio nome diz, conta a história do grande faraó egípcio Ramsés II, considerado por muito o mais poderoso faraó que o Egito possuiu. Ela começa quando o jovem príncipe Ramsés tem dezesseis anos e termina no momento em que o velho monarca morre, aos 89 anos, dando fim a um dos reinados mais longos no Egito Antigo.

A história egípcia é sempre incerta porque os monarcas a moldavam conforme seus interesses e é muito complicado diferenciar o que foi inventado por eles do que de fato aconteceu. Mas o Christian Jacq não se preocupa com os fatos históricos, ele reconstrói a história egípcia sobre uma ótica totalmente fantástica.

Essa é uma das melhores ficções que já li em toda a minha vida, mas não recomendo para pessoas que buscam aprender um pouco mais sobre o Egito. Ainda que Christian Jacq seja um egiptólogo, não se pode confiar em absolutamente nenhuma informação um pouco mais profunda sobre a sociedade egípcia que o livro apresente.

A série possui cinco livros:

1.       O Filho da Luz
2.      O Templo de Milhões de Anos
3.      A Batalha de Kadesh
4.      A Dama de Abu-Simbel
5.      Sob a Acácia do Ocidente

7. O Ciclo da Herança, Christopher Paolini

Eu já falei sobre essa série por aqui e não acho que valha a pena repetir tudo. Falarei apenas que conta a história do jovem Cavaleiro de Dragão Eragon e seu dragão, a fêmea Saphira. Àqueles que não sabem sobre este livro, recomendo que leiam a resenha que escrevi.

Falar de Paolini é falar de magia, de emoção e aventura. Eu amo esta série porque ela provoca emoções fortes ao mesmo tempo em que te transporta para um mundo diferente. Amo o modo como o autor descreve as personagens e sua tragetória.

Eu recomendo muito para todos os fãs de literatura fantástica. São, no total, quatro volumes:

1.      Eragon
2.      Eldest
3.      Brisingr
4.      Herança

6. Darkover, Marion Zimmer Bradley

Bom, esta é uma das melhores séries de todos os tempos. Marion Zimmer Bradley é, de fato, uma das minhas escritoras favoritas, a qual eu devo muito do meu gosto pela leitura.

Darkover é um planeta localizado em um sistema solar muito distante da Terra. Ele é habitado por seres humanos muito semelhantes dos terráqueos – mais tarde, descobre-se que estes são descendentes de humanos que acabaram por chegar a Darkover acidentalmente durante uma expedição interestelar e se viram incapazes de retornar.

A Marion me introduziu a uma literatura fantástica mais adulta, mais séria. Os temas que ela trata em Darkover são surpreendentemente densos. A série se baseia na seguinte questão: como seria o choque entre uma cultura interestelar com uma similar à medieval?

Mais tarde, a pedido de seus leitores, a autora escreveu diversos livros que contam a história de Darkover antes da chegada dos terráqueos, mas a questão inicial fora a supracitada.

Marion Zimmer Bradley tem a melhor construção de personagens que já tive o prazer de ler. Ela também trata com toda a naturalidade temas que, para nós, são muito polêmicos, em especial a questão da homossexualidade.

Certos livros, como o meu favorito A Casa de Thendara, abordam questões tão profundas que me faziam parar o livro por alguns dias para pensar a respeito delas – algo quase inédito, tendo em vista que eu tenho muita ansiedade para descobrir o final.

A série possui mais de trinta volumes, mas aqui no Brasil foram publicados apenas dezessete, até onde eu sei. Estes, em ordem cronológica, são:

1.      A Chegada em Darkover
2.      A Rainha da Tempestade
3.      A Dama do Falcão
4.      Dois para Conquistar
5.      Os Herdeiros de Hammerfell
6.      A Corrente Partida
7.      A Espada Encantada
8.      A Torre Proibida
9.      A Casa de Thendara
10.  Cidade da Magia
11.  Estrela do Perigo
12.  O Sol Vermelho
13.  A Herança de Hastur
14.  Os Salvadores do Planeta
15.  O Exílio de Sharra
16.  Os Destruidores de Mundo
17.  Canção do Exílio

 

Muito bem, postarei a Parte II em breve. Até lá!

Resenha: Eragon

O Ciclo da Herança, série de estreia do escritor Christopher Paolini, se passa em Alagaësia e conta a história de Eragon, um lavrador de quinze anos de idade que, durante uma caçada, encontra um ovo de dragão.

Poucos dias depois, o ovo rompe e dele sai um dragão de escamas azuis, que Eragon chama de Saphira. Quando a toca, surge uma estranha marca em sua mão, a gedwëy ignasia (palma brilhante): a marca dos Cavaleiros de Dragão.

É necessário, agora, abrir um parêntese para que eu possa falar sobre eles. Outrora, a Ordem dos Cavaleiros fora a maior responsável pela justiça em Alagaësia e, então, havia prosperidade e paz.

Entretanto, cerca de cem anos antes de Eragon encontrar o ovo de Saphira, um Cavaleiro chamado Galbatorix, dominado pela loucura, destruiu a Ordem e matou quase todos os dragões com a ajuda de treze Cavaleiros traidores, os chamados Renegados. Desde então, Galbatorix permanece sob o comando do império dos humanos.

Portanto, quando chegamos a Eragon, tanto os Cavaleiros quanto os dragões não passam de histórias, pois o único Cavaleiro de Dragão vivo é o próprio imperador.

Temendo que seu tio Garrow e seu primo Roran, com quem morava, o forçassem a se livrar de Saphira, Eragon a mantém escondida. Como ela cresce em uma velocidade fora do comum, em pouco tempo já é capaz de se cuidar sozinha na floresta e caçar seu próprio alimento, de forma que o rapaz não se vê forçado a contar a ninguém.

Mas, quando sua ignorância a respeito dos dragões começa a incomodá-lo, Eragon resolve procurar o contador de histórias da vila mais próxima, Brom, que, dentre as pessoas que o rapaz conhecia, era a que mais sabia a respeito do assunto. Algumas perguntas o deixam extremamente desconfiado, mas Eragon conta uma mentira para enganá-lo.

Mais tarde, Roran decide trabalhar em uma cidade vizinha com o objetivo de arrecadar algum dinheiro para que pudesse se casar com a garota que amava, Katrina, deixando Eragon e Garrow sozinhos para cuidar da fazenda.

Nesse momento, chegam à vila estranhos homens encapuzados que dizem receber ordens do Imperador. Os homens, chamados de Ra’zac, procuravam o ovo de dragão e chega aos ouvidos dele que Eragon o havia encontrado.

Quando Eragon está na estrada, retornando para casa a fim de avisar ao tio sobre os Ra’zac, Saphira o sequestra temendo que os homens misteriosos o matem. Eragon demora muitas horas para convencer o dragão a retornar para sua fazenda e, quando finalmente a alcança, já está completamente destruída. O jovem resgata o tio ainda vivo, mas este acaba morrendo alguns dias depois.

Sabendo que a morte de Garrow e a destruição de sua fazenda haviam criado perguntas que ele jamais poderia responder sem contar a todos a respeito de Saphira, Eragon resolve fugir e se vingar dos Ra’zac, que já estavam retornando ao Império. Brom, o contador de histórias, o intercepta no meio da fuga e resolve acompanhá-lo.

Este é apenas o começo das aventuras de Eragon e Saphira. Com Brom, que se torna uma figura estranhamente misteriosa quando se recusa a contar onde aprendeu tudo que sabia sobre dragões e Cavaleiros, eles começam a aprender o verdadeiro significado de ser um Cavaleiro de Dragão.

De modo geral, eu gosto bastante deste livro. A maior parte das pessoas que criticam essa série argumenta que é uma cópia mal feita de Senhor dos Anéis. Quero trabalhar um pouco esse aspecto das críticas, porque ele é muito presente quando se trata deste livro, especificamente.

Fica muito claro para qualquer um que leu ambas as séries que o Paolini se inspirou no Tolkien para escrever Eragon, como muitos escritores atuais já o fizeram – afinal, Tolkien é um marco para a literatura fantástica. Entretanto, não há nada no livro que justifique essa afirmativa maldosa.

Eragon e Saphira são personagens totalmente inéditos, assim como Brom, Roran e os diversos outros personagens importantes da série. A trajetória de Eragon também não possui nada de semelhante à de Aragorn ou Frodo. Portanto, essa argumentação é inválida.

Falemos, então, de Eragon. Não encontrei problemas no roteiro do primeiro livro. Evidentemente, o final deixa muitas questões por resolver, mas elas serão respondidas ao longo da série.

Alagaësia é muito bem feita também. Não observei contradições, mesmo que a visão de mundo se altere ao longo da série – pois Eragon começa a conhecê-lo melhor.

Os personagens são complexos e bem trabalhados. Ao terminar este primeiro livro, você vai reparar que conhece muito pouco a maior parte dos personagens, mas não desanime, pois os próximos livros trarão respostas sobre muitos deles.

Um livro maravilhoso e único. Eu recomendo.

Segue abaixo o trailer do filme de Eragon. Pretendo fazer uma crítica , portanto, não falarei sobre ele por enquanto.

Resenha: Julieta Imortal

Hoje falarei a respeito do livro Julieta Imortal, escrito pela norte-americana Stacey Jay, no qual se conta a história do famoso romance shakespereano sob uma perspectiva muito moderna.

Na tragédia escrita pelo inglês William Shakespeare, Romeu Montecchio e Julieta Capuleto são dois jovens amantes cujas famílias são inimigas. Forçada a se casar com um homem que não amava, a jovem Julieta simula a própria morte para sua família de forma que pudesse ser livre para estar junto ao homem que amava. Entretanto, antes que pudesse ser avisado acerca do plano, Romeu tira a própria vida, e Julieta, ao receber a notícia da morte dele, suicida também.

No livro de Jay, contudo, Julieta não teria se matado, ela fora assassinada por Romeu, que se unira a um grupo de imortais denominado Mercenários cujo principal objetivo é instigar jovens amantes a matarem seus parceiros em troca da imortalidade.

Quando a jovem estava à beira da morte, entretanto, uma mulher conhecida como Enfermeira oferece à Julieta a oportunidade de se juntar ao grupo denominado Embaixadores da Luz, que está constantemente em busca de almas gêmeas para protegê-las até que estivessem livres da influência dos Mercenários. Em troca de uma vida imortal impedindo que jovens amantes sofram o mesmo destino que ela e Romeu, Julieta aceita a proposta. Durante os séculos seguintes, Romeu e Julieta se tornam inimigos.

A história começa quando Julieta se apossa do corpo de Ariel Dragland, setecentos anos depois de ter se tornado imortal. A possessão é uma forma do Mercenário ou do Embaixador estar no mundo físico, tornando possível a sua missão. Ao possuir o corpo de Ariel, Julieta mantém sua individualidade, mas passa a compartilhar memórias e sentimentos da jovem.

Um dos principais aspectos positivos deste livro é a habilidade da autora ao criar um enredo que englobe a história de vida de Ariel, apesar da ausência desta personagem. A timidez e os conflitos que a jovem vive em seu cotidiano são perfeitamente encaixados no mundo de dúvidas e desespero que formam a trama da história da imortal Julieta.

A história tem um começo confuso, demorei cerca de três ou quatro capítulos para compreender o que estava acontecendo. A partir de então, o enredo se torna emocionante, quando Julieta, já no corpo de Ariel, foge de Romeu com a ajuda de um jovem chamado Ben, por quem ela começa a sentir algo estranho, profundo e perturbador.

Durante o desenvolvimento da história, quase me esqueci que a impressão inicial do livro fora a de um livro extremamente confuso – às vezes, quando surgia um personagem aleatório que ainda não fora introduzido apropriadamente, eu me recordava, mas eram raros casos.

Procurando ajudar a menina que era a verdadeira dona daquele corpo, Julieta toma providências para reconciliá-la com a mãe e aproximá-la de sua única amiga enquanto procura as almas gêmeas que deveria proteger.

Simultaneamente, ela se sente perturbada pelo silêncio dos Embaixadores superiores, que deveriam ajudá-la, o aparecimento do espectro de seu antigo corpo, os sentimentos estranhos que tem por Ben e as constantes investidas de Romeu, que parecia diferente do habitual.

Entretanto, quase repentinamente, a autora cai no velho clichê do “amor que é mais importante do que todos os outros aspectos da vida de uma pessoa reunidos”. Um final muito pobre para uma história que, a princípio, prometia tanto.

Aparentemente, haverá uma sequência que se chamará Romeo Redeemed (Romeu Redimido), a esperança é que ela conclua a história fantástica de Julieta, ainda que seja evidente que será um livro sobre o Romeu.

O Conto dos Três Irmãos

É válido lembrar que esse conto pertence ao livro “Os Contos de Beedle, o Bardo”, escrito pela J. K. Rowling.

Era uma vez três irmãos que estavam viajando por uma estrada deserta e tortuosa ao anoitecer. Depois de algum tempo, os irmãos chegaram a um rio fundo demais para vadear e perigoso de­mais para atravessar a nado. Os irmãos, porém, eram versados em magia, então simplesmente agitaram as mãos e fizeram aparecer uma ponte sobre as águas traiçoeiras. Já estavam na metade da travessia quando viram o caminho bloqueado por um vulto encapuzado.

E a Morte falou. Estava zangada por terem lhe roubado três vítimas, porque o normal era os viajantes se afogarem no rio. Mas a Morte foi astuta. Fingiu cumprimentar os três irmãos por sua magia e disse que cada um ganharia um prêmio por ter sido inteligente o bastante para lhe escapar.

Então, o irmão mais velho, que era um homem combativo, pediu a varinha mais poderosa que exis­tisse: uma varinha que sempre vencesse os duelos para seu dono, uma varinha digna de um bruxo que derrotara a Morte! Ela atravessou a ponte e se dirigiu a um vetusto sabugueiro na margem do rio, fabricou uma varinha de um galho da árvore e entregou-a ao irmão mais velho.

Então, o segundo irmão, que era um homem arrogante, resolveu humilhar ainda mais a Morte e pediu o poder de restituir a vida aos que ela le­vara. Então a Morte apanhou uma pedra da mar­gem do rio e entregou-a ao segundo irmão, dizen­do-lhe que a pedra tinha o poder de ressuscitar os mortos.

Então, a Morte perguntou ao terceiro e mais moço dos irmãos o que queria. O mais moço era o mais humilde e também o mais sábio dos ir­mãos, e não confiou na Morte. Pediu, então, algo que lhe permitisse sair daquele lugar sem ser se­guido por ela. E a Morte, de má vontade, lhe en­tregou a própria Capa da Invisibilidade.

Então, a Morte se afastou para um lado e deixou os três irmãos continuarem viagem e foi o que eles fizeram, comentando, assombrados, a aventura que tinham vivido e admirando os presentes da Morte.

No devido tempo, os irmãos se separaram, cada um tomou um destino diferente.

O primeiro irmão viajou uma semana ou mais e, ao chegar a uma aldeia distante, procurou um colega bruxo com quem tivera uma briga. Arma­do com a varinha de sabugueiro, a Varinha das Varinhas, ele não poderia deixar de vencer o due­lo que se seguiu. Deixando o inimigo morto no chão, o irmão mais velho dirigiu-se a uma estala­gem, onde se gabou, em altas vozes, da poderosa varinha que arrebatara da própria Morte, e de que a arma o tornava invencível.

Na mesma noite, outro bruxo aproximou-se sor­rateiramente do irmão mais velho enquanto dor­mia em sua cama, embriagado pelo vinho. O ladrão levou a varinha e, para se garantir, cortou a garganta do irmão mais velho.

Assim, a Morte levou o primeiro irmão.

Entrementes, o segundo irmão viajou para a própria casa, onde vivia sozinho. Ali, tomou a pe­dra que tinha o poder de ressuscitar os mortos e virou-a três vezes na mão. Para sua surpresa e ale­gria, a figura de uma moça que tivera esperança de desposar antes de sua morte precoce surgiu ins­tantaneamente diante dele.

Contudo, ela estava triste e fria, como que sepa­rada dele por um véu. Embora tivesse retornado ao mundo dos mortais, seu lugar não era ali, e ela sofria. Diante disso, o segundo irmão, enlouquecido pelo desesperado desejo, matou-se para poder verdadeiramente se unir a ela.

Assim, a Morte levou o segundo irmão.

Embora a Morte procurasse o terceiro irmão du­rante muitos anos, jamais conseguiu encontrá-lo. Somente quando atingiu uma idade avançada foi que o irmão mais moço despiu a Capa da Invisibilidade e deu-a de presente ao filho. Acolheu, então, a Morte como uma velha amiga e acompanhou-a de bom grado, e, iguais, partiram desta vida.

Segue vídeo referente a esse conto presente no filme: Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2

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